Não se preocupe, muita coisa pode (e vai) mudar!
As ideias de como trabalhar com a arquitetura podem mudar com o curso da faculdade e é isso que vale a pena, não acha?
As ideias de como trabalhar com a arquitetura podem mudar com o curso da faculdade e é isso que vale a pena, não acha?
Em uma perspectiva política, o solucionismo tecnológico está intimamente ligado com o neoliberalismo. Se o neoliberalismo é uma ideologia proativa, o solucionismo é reativo.
Nós precisamos estar mais atentos às pessoas do que a arquitetura, elas são peças chaves e temos que observar o comportamento delas dentro dos projetos.
O ensino ambiental deveria estar presente desde a formação inicial, por isso são importantes as ações do GIA.
Antes de pensarmos sobre luxo, precisamos nos perguntar: habitar é luxo?
O primeiro ato humano é habitar. Desde o útero, habitamos. Habitamos o útero da mulher que nos gesta e concebe. Habitamos arquiteturas, habitamos cidades. Mas é na escala da arquitetura que permanecemos, interagimos e sentimos. Passamos cerca de 90% do nosso dia em ambientes fechados, dentro das edificações. É assim que a arquitetura se torna um fator importante para a qualidade de vida humana.
De acordo com o relatório “The Impact of Green Buildings on Cognitve Function”, publicado em 2016 pela Universidade de Harvard, e que investigou a interferência do ambiente construído na qualidade de vida humana, concluiu-se que profissionais em escritórios projetados com arquitetura voltada para o conforto e sustentabilidade têm desempenho cognitivo 26,4% melhor do que aqueles que estão trabalhando em edifícios convencionais e que não visam o bem estar espacial do usuário. Outro estudo, da Universidade de Rochester, “Spending time in nature makes people feel more alive”, de 2010, demonstra que o contato com a natureza tem o poder de diminuição do estresse e, em ambientes profissionais, aumentam a produtividade.
Estar em ambientes projetados para nosso bem estar é um fator importante para tornar a arquitetura um bem social básico. Por isso, apesar de o imaginário popular pensar que a arquitetura é luxo, ou um bem supérfluo para quem pode pagar, o acesso à arquitetura deveria ser como o acesso à saúde: um direito de todos. Arquitetura não é luxo, ela é a ferramenta para garantir o conforto espacial, a saúde mental e até a saúde física do ser humano.
Um edifício insalubre contribui para as pessoas adoecerem mais. Um edifício bem iluminado, com boa ventilação, e com conforto ambiental é um medidor de qualidade de vida mais saudável, um edifício projetado para o contato com a natureza aumenta o bem-estar e até a produtividade. Precisamos entender que a arquitetura nasce da sua função social. O ser humano é um habitante, habitamos espaços. Esses espaços precisam garantir infraestrutura e conforto para a vida humana na medida que somos nós que moldamos esses espaços.
Habitar espaços bem projetados é tornar a vida humana mais aprazível em 90% do tempo em que estamos dentro de edifícios. É o que transforma o espaço habitado em lar. Na dúvida, arquitetura nunca é luxo, mas deveria ser direito de todos!
PEIXOTO, Ingrid. Arquitetura é luxo?. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 9 de setembro de 2020. Arquitetura. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/arquitetura-e-luxo>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
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