O fogo na arquitetura Proteção e segurança contra incêndios nos projetos de edificações.
A ausência de estudo do elemento fogo na formação acadêmica dos arquitetos e urbanistas implica inevitavelmente em medo e insegurança profissional no que se refere a abordagem de aspectos relacionados à proteção e segurança contra incêndios nos projetos de edificações.
Diante do pobre debate sobre o tema, o desconhecido se torna complexo, porém, um aprofundado aprendizado sobre esta questão é indispensável ao profissional arquiteto na elaboração e execução de projetos arquitetônicos. Para um bom exercício sobre o tema é fundamental explorarmos o fogo sob todos os seus aspectos, como sua constituição, causas, efeitos e principalmente, como dominá-lo.
Como é de conhecimento desde os primórdios de nosso aprendizado, o fogo, seja dentro ou fora de uma edificação, é resultado de uma reação química, denominada combustão, que se caracteriza pelo desprendimento de luz e calor. Esta reação, só acontece se houver a presença simultânea de três elementos essenciais, em suas devidas proporções, o combustível, o calor e um comburente, ou seja, o oxigênio. Assim, temos a representação abaixo.
Somente na década de 70, o Brasil passou a demostrar preocupação com normas de segurança contra incêndios nas edificações. A tragédia que marca esta história é a catástrofe do incêndio do Edifício Joelma, localizado no centro de São Paulo. Um edifício projetado e construído para trazer novos ares à arquitetura do centro da cidade de São Paulo, com 10 andares de garagens, um grande vão de pilotis e 23 andares em concreto armado foi consumido pelo fogo, resultando em aproximadamente 190 mortos, 300 feridos e cenas de terror protagonizadas com pessoas se jogando do edifício em chamas.
Conforme a resolução 21 do CAU/BR, o arquiteto e urbanista apresenta a competência e atribuição para elaboração de projetos de sistemas prediais de proteção e combate a incêndio e catástrofes.
Os cuidados e detalhes destas atividades recebem o título de PPCI – Plano de Preservação e Proteção Contra Incêndio. O PPCI deve ser desenvolvido juntamente ao projeto arquitetônico, buscando assim, preservar a segurança da edificação e de seus usuários. Alguns exemplos de estruturas projetadas pelos arquitetos sob esta visão são as saídas das edificações, que devem ser suficientes e adequadas conforme o tipo de uso e usuários internos, permitindo uma rápida evacuação, e a projeção da localização do armazenamento de equipamentos para o combate ao fogo.
Após a tragédia da Boate Kiss, em 2013, a Lei 13.425/2017 – “Lei Kiss”, prevê inclusão de disciplinas específicas sobre o tema nos cursos de graduação em Arquitetura e Engenharia em funcionamento no país. O futuro profissional arquiteto e urbanista deve compreender as exigências mínimas de normas, recomendações e diretrizes relacionadas ao tema fogo no âmbito se sua profissão, para desta forma estudar soluções técnicas mais convenientes e eficientes aos projetos arquitetônicos.
Como Citar essa Matéria
NONES, Carla. O fogo na arquitetura. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 14 de outubro de 2019. Arquitetura e Urbanismo. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/o-fogo-na-arquitetura/>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
