O ir e vir nas Circulações Hospitalares O trabalho do arquiteto hospitalar assemelha-se ao papel do urbanista
Você já se perdeu pelos corredores de um hospital? Os corredores hospitalares são circulações que perpetuam inúmeras sensações e lembranças, pois são eles que nos conduzem aos destinos finais dos encontros, seja de uma alegria, uma angústia, uma tristeza ou uma vitória.
Um grande pesquisador na área da arquitetura hospitalar, Luiz Toleto, faz uma comparação instigante ao equiparar a complexidade de uma cidade com a de um hospital. O trabalho do arquiteto hospitalar assemelha-se ao papel do urbanista. Ao urbanista exige-se que identifique o perfil e as necessidades da cidade, assim como entenda o seu funcionamento e as relações entre diferentes zonas urbanas. O arquiteto, ao projetar um hospital, tem de conhecer o seu perfil e quais as suas necessidades, assim como entender e aprofundar as relações entre as suas inúmeras instalações e as atividades que serão desenvolvidas.
As circulações tornam-se os elementos de ligação dos fluxos de uso e das atividades no projeto da edificação hospitalar. Para compreender melhor essa etapa do projeto precisamos entender quem utiliza e como utiliza estas circulações. Desta forma temos: paciente internos e externos; visitantes e acompanhantes; profissionais internos e externos; suprimentos e remoções de resíduos e cadáveres. Estes diferentes perfis, aceitos e regulamentados pelas legislações e normas pertinentes, utilizam o mesmo espaço nas circulações, porém cada um exige um método de condicionamento e planejamento de horários para evitar seus cruzamentos.
Ao trabalhar na construção de uma edificação hospitalar, o arquiteto necessita reunir seus conhecimentos técnicos, aliados ao domínio das normas, legislações e portarias vigentes, dentre as quais se destaca a resolução da Vigilância Sanitária, a RDC 50, de 2002, que se encontra em consulta pública aberta. É importante que o arquiteto reconheça suas limitações em termos de conhecimento nas atividades de uso e comportamentos da assistência à saúde, e desta forma, incorpore uma equipe multiprofissional ao projeto. Quando isto ocorre, podemos identificar um melhor resultado, com a criação de ambientes de circulação hospitalar muito mais coerentes e humanizados.
Como Citar essa Matéria
NONES, Carla. O ir e vir nas Circulações Hospitalares . Projeto Batente, Fortaleza - CE, 20 novembro de 2019. Arquitetura e Urbanismo. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/o-ir-e-vir-nas-circulacoes-hospitalares/>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]