Arquitetura entre Expressões Visuais

É real a linha tênue entre arte e arquitetura? Essa pergunta talvez esteja englobada em inquietantes provocações no entre das linhas que insistem em separar esses dois temas.

A arquitetura, no sentido racional, pode ser definida como criadora de lugares e espaços, às vezes definidos, outras vezes não. A matéria enquanto lugar propicia espaço e é por si uma construção. A matéria enquanto substantivo dotado de qualidades indefinidas também é algo nomeado e apresenta um mundo, uma complexidade. A partir dessa reflexão inspirada no filósofo Martin Heidegger, nota-se que como todas as coisas e a própria existência, as construções arquitetônicas podem sim ter o caráter de arte, e muitas não.

Partenon: um dos mais conhecidos símbolos remanescentes da Grécia Antiga. Suas esculturas decorativas são consideradas um dos pontos altos da arte grega.

Durante a semana acadêmica de arquitetura e urbanismo (SAU)da Uni7 (Centro Universitário 7 de Setembro), evento que abordava o tema “Saber debater arquitetura: antes, agora e depois”, ocorreu a artesete, exposição organizada pelos discentes da faculdade de Arquitetura e Urbanismo, que teve como foco principal expor as técnicas e expressões dos próprios alunos do curso na busca pelo debate que aprofunda a relação da arquitetura com a arte, além da apropriação do espaço através de articulações culturais, afetos e linguagem visual.

Artesete Foto: Francisco Diego

Os curadores e organizadores da mostra buscaram selecionar propostas de artes plásticas e visuais como: fotografias, pinturas, gravuras, esculturas, maquetes e outras técnicas pertinentes ao espaço disponibilizado.

Vielas de Veneza, Fotografia exposta pelo aluno Diego Freire

 

Conflitos, Pintura exposta pelo aluno Francisco Dantas

Render a Mão, exposto pelo aluno Jorge Silva

Numa linguagem poética e significativa, Lisette Lagnado expressa sua percepção sobre o exercício experimental da liberdade na academia, onde:

“Uma escola de arte livre é a ágora das excelências do libertar; é um território fértil ao pensamento definido pela própria expansão; é uma usina mutante que nutre com peças e energia máquinas que produzem crítica; é um tecido sem bordas costurado por generosas relações de troca; é o lar daqueles interessados no domínio de seus questionamentos; é uma torre alta o bastante para que se possa ver a extensão do efeito das práticas; é uma gruta receptiva em que se iluminam reflexões sobre o mundo;”

(LAGNADO, 2015, p. 17)

Montagem Artesete – Foto: Francisco Diego

Com o empenho dos organizadores e a colaboração dos alunos/artistas, a exposição coletiva conseguiu unir e difundir ideias através dessa amostragem da multiplicidade e diversidade no contexto artístico-cultural, além da singularidade na produção da arte contemporânea. Cada trabalho foi preenchido por uma técnica, um discurso e uma percepção através do olhar e do sentir, fortalecendo o discurso de que arquitetura pode ser vista como arte e os sentidos tornam-se fundamentais para conceber um bom projeto.

 

Francisco Diego
Arquiteto e Urbanista
Arquiteto Urbanista membro do Estúdio Andar Plural, com profunda admiração pelo urbanismo em sua explosão de sentidos e afetos. Também é artista plástico e desenhista autodidata desde os 12 anos de idade com diversas experimentações artísticas, como colagens, pinturas e reutilização de fragmentos, e busca na teoria da arte-educação o caminho para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Francisco Diego

Arquiteto Urbanista membro do Estúdio Andar Plural, com profunda admiração pelo urbanismo em sua explosão de sentidos e afetos. Também é artista plástico e desenhista autodidata desde os 12 anos de idade com diversas experimentações artísticas, como colagens, pinturas e reutilização de fragmentos, e busca na teoria da arte-educação o caminho para o desenvolvimento pessoal e profissional.

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