Arquitetura Hostil
A arquitetura hostil está cada vez mais integrada a paisagem urbana que se torna uma coisa normal.

Você já deve ter reparado em alguns exemplos desse tipo de arquitetura, ou design, espalhados pela cidade, contudo nem se ligou muito para o que aquilo representava. A arquitetura hostil pode aparecer em forma de bancos públicos ondulados, grades pontiagudas e até espetos metálicos e está cada vez mais integrada a paisagem urbana que se torna uma coisa normal.

Banco espetos metálicos
Espetos metálicos instalados no lado de fora de vitrines. Fonte: Google Imagens.

 

Mas o que significa Arquitetura Hostil?

Bom, é o uso de elementos arquitetônicos ou de mobiliários urbanos que possuem um design específico para controlar as atividades humanas com a intenção de prevenir que as pessoas não usem o espaço público de forma indesejada. É um tipo de projeto urbano muito controverso, onde por um lado temos uma maneira de afastar possíveis comportamentos “antissociais” e violentos da cidade, enquanto por outro há exclusão de grupos sociais que possam utilizar esse espaço, como moradores de rua, jovens skatistas, entre outros.

Casal dormindo banco
Casal dormindo em banco no metrô. Fonte: Google Imagens

 

Vale lembrar, também, que a arquitetura hostil não se aplica somente para elementos de desenho urbano, mas aparece na forma de grandes muros separando condomínios residenciais do espaço urbano, tornando todo o seu entorno vazio e incentivando a sensação de insegurança na cidade.

Muro alto condomínio
Muro alto de condomínio residencial acentuando a sensação de insegurança do local. Fonte: Google Imagens.

Esse tipo de arquitetura gera muitos debates em várias partes do mundo e há quem seja a favor ou contra. O Jornal CNN convidou o arquiteto James Furzer, que trabalha formas de combater a arquitetura hostil, para conversar com o Dean Harvey, cofundador  da empresa Factory Furniture que produz alguns dos mobiliários hostis empregados em Londres, sobre os prós e contras desse design urbano.

Homem sentado banco praça
Banco da praça com divisória para evitar que pessoas se deitem. Fonte: Google Imagens.

 

James Furzer diz, em um ponto do debate, que apesar, em alguns cenários, a arquitetura hostil tem que ser aplicada para combater mau comportamento, a hostilidade desses elementos estão cada vez mais ferozes e afastando as pessoas da cidade. E é isso que vemos acontecer, shoppings se enchendo de pessoas e praças ficando abandonadas, não é mesmo? Entretanto, os dois entrevistados concordam que, mesmo hostil, a população consegue e deve aproveitar dos espaços públicos.

O que você acha da arquitetura hostil? Um mal necessário para que possa ser combatido atividades indevidas? Ou uma forma das gestões públicas de acabar com um “problema” sem dar a devida atenção para esses grupos sociais?

Como Citar essa Matéria

LIMA, Aryane. Arquitetura Hostil. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 31 de janeiro de 2018. Urbanismo. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/arquitetura-hostil>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
Aryane Lima
Arquiteta e Urbanista
Arquiteta e urbanista, com uma paixão especial por urbanismo e a troca de experiências. Co-fundadora do Batente, encontrou no projeto a chance de compartilhar seu conhecimento e explorar o impacto das pessoas no espaço urbano. Com uma mente curiosa e cheia de ideias, ela equilibra momentos de diálogo e silêncio em sua abordagem criativa.
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Aryane Lima

Arquiteta e urbanista, com uma paixão especial por urbanismo e a troca de experiências. Co-fundadora do Batente, encontrou no projeto a chance de compartilhar seu conhecimento e explorar o impacto das pessoas no espaço urbano. Com uma mente curiosa e cheia de ideias, ela equilibra momentos de diálogo e silêncio em sua abordagem criativa.

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