Ciclomobilidade em períodos pandêmicos
O uso da bicicleta como prudência, solução e apropriação.

Sabemos que na rua encontramos uma luta por espaço muito grande, porém bastante desigual. Isso mostra a fragilidade que é a cidade quando se trata de mobilidade urbana. Esse tema nos últimos anos tem se tornado uma expressiva pauta dentro das políticas de mobilidade sustentável. Mas afinal, o que torna e o que é uma mobilidade sustentável?

No século XX, os automóveis pareciam ser a solução dos problemas relacionados à necessidade de circulação, porém fizeram com que o trânsito se tornasse um desafio na locomoção, o tempo e o combustível desperdiçados, além da nossa relação com o espaço público e o agravamento da poluição. Portanto, a mobilidade sustentável é o oposto disso, ela consiste e baseia-se na disseminação de boas práticas ligadas a transportes individuas e coletivos integrados, de tal forma que facilitem e propiciem melhorias na qualidade do ambiente urbano e, consequentemente, benefícios para a população.

Fortaleza vem ganhando destaque no cenário nacional quando o assunto é mobilidade e uma das políticas implantadas é a expansão de sua rede cicloviária, que ultrapassa 300km de extensão, segundo os números do Plano de Ações Imediatas de Transporte e Trânsito de Fortaleza – PAITT. A projeção da prefeitura é que até novembro desse ano a cidade ganhe mais 150km de ciclofaixas. Esse último número também reflete o cenário pós-quarentena, onde o uso de transporte público coletivo, como ônibus e metrô, não está sendo tão desejado pela população, portanto o uso da bicicleta ganha protagonismo e inúmeros incentivos, devido as circunstâncias do distanciamento social. Um levantamento feito pela associação brasileira do setor de bicicletas mostra que entre junho e julho as vendas do transporte dobrou em relação ao mesmo período de 2019.

Mulher pedalando uma bicicleta preta com laranja na orla do Rio de Janeiro para exemplificar a ciclomobilidade.
Foto: Marcos Serra Lima/G1.

Associado a solução e prudência em tempos de pós-quarentena, precisamos frisar que a grande procura pela bicicleta e o seu uso poderá trazer outros benefícios mais duradouros. O que se espera é que a prática da mobilidade ativa nesse período continue ganhando atenção e reflexão quando o corona vírus der uma aliviada, seja ao observamos o tempo de deslocamento diário, o dinheiro gasto com gasolina ou transporte coletivo, a nossa relação com a cidade e os espaços públicos e, principalmente, os benefícios para a nossa saúde. Vale lembrar que quanto mais espaço para a bicicleta, mais ciclistas teremos e menos intolerância também.

Com a boa experiência de Fortaleza, pode-se afirmar que as políticas de ciclomobilidade são simples e de impactos extremamente significativos para os habitantes individualmente, bem como para a cidade de modo geral.

Agora faz o seguinte: joga no Google Maps teu trajeto diário e veja se é “pedalável”.

Como Citar essa Matéria
DIEGO, Francisco. Ciclomobilidade em períodos pandêmicos. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 10 de agosto de 2020. Urbanismo. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/ciclomobilidade-em-periodos-pandemicos>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
Francisco Diego
Arquiteto e Urbanista
Arquiteto Urbanista membro do Estúdio Andar Plural, com profunda admiração pelo urbanismo em sua explosão de sentidos e afetos. Também é artista plástico e desenhista autodidata desde os 12 anos de idade com diversas experimentações artísticas, como colagens, pinturas e reutilização de fragmentos, e busca na teoria da arte-educação o caminho para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Francisco Diego

Arquiteto Urbanista membro do Estúdio Andar Plural, com profunda admiração pelo urbanismo em sua explosão de sentidos e afetos. Também é artista plástico e desenhista autodidata desde os 12 anos de idade com diversas experimentações artísticas, como colagens, pinturas e reutilização de fragmentos, e busca na teoria da arte-educação o caminho para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *