Parte 2 - Cidades para pessoas: o que arquitetos e urbanistas têm a dizer sobre o futuro urbano?

Se na primeira parte refletimos sobre como o excesso de carros tem moldado (e muitas vezes dificultado) a vida urbana, agora é hora de ouvir quem pensa a cidade em sua essência: os arquitetos e urbanistas. Afinal, se a mobilidade está no centro dos nossos desafios, são esses profissionais que têm o poder – e a responsabilidade – de propor novos caminhos.

Norman Foster, um dos maiores nomes da arquitetura contemporânea, é conhecido por defender cidades compactas, com infraestrutura que priorize pedestres e ciclistas, além de um transporte público eficiente. Para ele, as cidades do futuro devem ser pensadas para pessoas e não para carros.

E ele não está sozinho nessa. O brasileiro Paulo Mendes da Rocha também já dizia que não precisamos de mais avenidas, mas de mais inteligência urbana. Para ele, o carro é um símbolo do atraso, quando comparado à possibilidade de um transporte coletivo bem planejado e acessível.

Jardim Azevedo, outro arquiteto brasileiro, destaca que o problema não é o carro em si, mas a dependência dele como única forma viável de mobilidade. Essa lógica, segundo ele, destrói paisagens urbanas, aumenta os custos de vida e reduz a qualidade dos espaços públicos.

Por outro lado, nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, apesar de visões progressistas em muitos sentidos, contribuíram para um modelo de cidade mais centrado no automóvel, como se vê em Brasília. A capital federal, com suas largas avenidas e grandes distâncias entre as quadras, ainda enfrenta os desafios dessa concepção urbanística até hoje.

Essas visões diferentes nos mostram que o futuro urbano está em debate – e que ele precisa da sua participação ativa, especialmente se você é arquiteto, urbanista ou atua com projetos que moldam os espaços em que vivemos. A gente precisa pensar juntos: como criar cidades mais humanas, inclusivas, sustentáveis e saudáveis? Como projetar pensando na coletividade, no bem-estar e na conexão das pessoas com o lugar onde vivem?

O convite aqui é claro: inspire-se nessas ideias e use seu trabalho para propor soluções novas. Pense em calçadas largas, em ciclovias integradas, em espaços públicos vivos. Reflita sobre como cada projeto pode ser uma peça importante para mudar o rumo da cidade em direção a um futuro mais justo e sustentável.

A discussão sobre o futuro das cidades está mais viva do que nunca, e o uso dos carros é um tema central nesse debate. O que você acha dessa ideia de cidades mais compactas e sustentáveis? Você concorda com Foster e com os arquitetos brasileiros que defendem a criação de soluções de transporte público mais eficientes e a redução da dependência de carros? Ou você acredita que a liberdade de ir e vir com o carro, como defendido por Niemeyer e Costa, ainda tem seu valor?

Esse é um convite aberto para você refletir sobre os impactos do urbanismo no seu dia a dia. O futuro das nossas cidades depende das decisões que tomamos agora. Então, que tal começar a discutir esse assunto? Afinal, é sobre o futuro de todos nós.

Se você quiser saber mais sobre as ideias de Norman Foster, Paulo Mendes da Rocha, Jardim Azevedo, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, as entrevistas e livros mencionados são um excelente ponto de partida para quem quer se aprofundar nesse debate. Nos conte o que você pensa sobre esse tema nos comentários! Vamos continuar essa conversa?

Bibliografia

ArchDaily Brasil. Norman Foster fala sobre arquitetura verde e sustentabilidade – TED Talk. Acesso em: abril de 2025.

ArchDaily Brasil. Reflexões sobre arquitetura: Paulo Mendes da Rocha em 5 conversas. Acesso em: abril de 2025.

Azevedo Filho, Jardim. Mobilidade urbana e desigualdade socioespacial: um estudo sobre a mobilidade em Fortaleza. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, 2012. Acesso em: abril de 2025.

UNESCO. Brasília: Patrimônio Mundial da Humanidade. Acesso em: abril de 2025.

Vitruvius. Entrevista com Oscar Niemeyer. Acesso em: abril de 2025.

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Mariana Bastos

Arquiteta determinada e apaixonada por desafios. Além de atuar como analista comercial, é mestranda em climatologia na UECE, buscando aplicar seu conhecimento sobre o impacto do clima no ambiente e nas construções. Fora do trabalho, Mariana se destaca por sua facilidade em fazer amizades e seu amor por bons momentos com comida, bebida e amigos. Fiel e sempre pronta para apoiar quem ama, ela equilibra sua vida entre estudos, carreira e diversão.

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