Espaços urbanos acessíveis ou inclusivos?
A diferença e a responsabilidade social na hora de projetar os espaços públicos.

Essa semana dois fatos me chamaram a atenção sobre a inclusão de pessoas com deficiência física em espaços públicos. O primeiro foi o insta stories do nosso parceiro e amigo Leonardo Ribeiro, no qual mostrava um belo exemplo de inclusão no mobiliário urbano da Praça dos Eletricitários (Fortaleza-CE), uma imagem não tão comum em outras praças, infelizmente.

Logo em seguida, assisti o filme “The fundamentals of caring” que mesmo sem ter relação direta com o tema, traz como personagem principal Trevor que possui uma distrofia muscular e necessita de cadeira de rodas para se locomover. Em uma determinada cena Trevor se vê diante da impossibilidade de ter acesso a um ambiente já que não havia rampa de acessibilidade.

Cena do filme “The fundamentals of caring”

Ouvimos muito falar de acessibilidade e pouco sobre inclusão, é necessário que falemos sobre os dois e que entendamos a diferença e a responsabilidade social na escolha entre um ou outro ao projetar o espaço público.

Acessibilidade x Inclusão

Os dois termos em sua etimologia são praticamente auto explicáveis, mas vamos lá…

Tornar um lugar acessível é facilitar o acesso para todas as pessoas e pode ser feito através de aplicação de piso tátil, instalação de rampas de acessibilidade, corrimões, entre outros aparatos que dão apoio a quem possui mobilidade reduzida.

Através da Lei Nº 11.982 é obrigatório que:

“Os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar, no mínimo, 5% (cinco por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto quanto tecnicamente possível.”

Mas apenas 5%?

É exatamente essa porcentagem tão mínima que determinados espaços públicos são pouco acessíveis ou nada inclusivos. Que a lei é positiva, isso é inquestionável, mas o que devemos discutir é o fato de pensar sempre no mínimo necessário ou exigido para atender as necessidades de todas as pessoas, eu disse TODAS AS PESSOAS.

Tornar um lugar inclusivo é exatamente pensar em todos (vai além de apenas “facilitar o acesso”), viabiliza o uso igualitário de espaços e equipamentos para quem possui mobilidade reduzida ou não. Um ótimo exemplo disso são playgrounds com brinquedos adaptados para cadeirantes, balanços com espaço para cadeira de rodas e para acompanhante, e outros equipamentos com altura e dimensões necessárias para que todos utilizem independente de suas limitações.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Tornar os espaços acessíveis é legal, interessante e indispensável, mas precisamos ir além e fazer jus ao real objetivo de projetar, pensar os espaços através de todas as pessoas que os utilizam, precisamos então: INCLUIR.

Ricardo Lionn
Arquiteto e Urbanista
Leonino de astros, alma e nome social. Cearense de Sobral, senso estético impecável, fera em maquetes físicas. Neto da dona Lucinda, trabalha com design gráfico e tem a criatividade o tempo todo em ponto de bala.

Conhece todo mundo, e se não conhecer vai ficar conhecendo. Tá pronto pra cervejinha a qualquer hora, pra pegar no pesado também. Vê o lado bom de qualquer situação.
Ricardo Lionn on FacebookRicardo Lionn on Instagram

Ricardo Lionn

Leonino de astros, alma e nome social. Cearense de Sobral, senso estético impecável, fera em maquetes físicas. Neto da dona Lucinda, trabalha com design gráfico e tem a criatividade o tempo todo em ponto de bala. Conhece todo mundo, e se não conhecer vai ficar conhecendo. Tá pronto pra cervejinha a qualquer hora, pra pegar no pesado também. Vê o lado bom de qualquer situação.

One thought on “Espaços urbanos acessíveis ou inclusivos?

  • 19/11/2020 em 4:36 pm
    Permalink

    ola..
    gostaria de ler mas sobre esse projeto da praça inclusiva
    obrigada

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *