As Maquetes Físicas como Ferramenta de Concepção e Entendimento do Projeto Arquitetônico Mais mãos na massa e menos mão no mouse
Há alguns anos, o uso de maquetes físicas era bem mais frequente, e por vezes, obrigatório em algumas disciplinas do Curso de Arquitetura. Com o passar do tempo, o surgimento de possibilidades digitais fez com que a maquete física tenha sido substituída por produções tridimensionais virtuais com renderizações que se aproximam quase que com perfeição da realidade, algo indispensável, otimizador de tempo e prático, inegável.
Mas sempre vi a maquete física com uma possibilidade real de construção, mesmo que mínima comparada à escala humana, uma oportunidade de virar um agente construtivo do projeto, uma execução que aproxima e traz um pertencimento e entendimento maior do projeto arquitetônico, seja esse autoral, ou de estudo de alguma obra já existente. Noções, detalhes e dificuldades que não ficam explicitas no desenho, e que só atentamos quando nos dispomos a executar com uma maquete feita por nossas próprias mãos.
Tive o uso da maquete física como etapa fundamental desde o começo da minha formação, apresentada pelo meu primeiro professor de Projeto Arquitetônico, o italiano Nadir Bonaccorso, percebi a importância do praticável e experimentável através de maquetes de estudo, abrindo espaços para alternativas alcançadas por meio de tentativas de formas e possibilidades pra concepção do espaço.
Em outro momento, participando de uma palestra com o Arquiteto Igor Fracalossi em que ele apresentava o uso da maquete como objeto investigativo do projeto arquitetônico, o mesmo evidenciou que o uso feliz da maquete física acontece quando ela é utilizada para o seu objetivo real, o estudo e o entendimento, representação também, claro, mas não aquela preocupação de fazer algo “bonitinho”, a função da maquete vai mais além do que uma simples produção em miniatura de uma obra, é o estudo de elementos, análise de possibilidades e dificuldades que passam despercebidos no desenho, é compreender como um pilar por exemplo se une com a laje, dentre outros detalhes, quando o uso da maquete vem com esse objetivo, a maquete está cumprindo perfeitamente o seu papel.
No geral, mesmo não vendo o uso das maquetes físicas hoje de forma rotineira, seja nas redes sociais e nos bate-papos dos colegas de faculdade, é muito interessante e feliz quando vejo alguém aplicando o estudo da maquete física no processo de concepção da forma e do espaço, no entendimento e análise de obras já conhecidas. Tornando o projeto e o estudo, algo palpável e construído, a escala nesse sentido realmente não me é importante, é a sensação de pertencimento, mais mãos na massa e menos mão no mouse.
Como Citar essa Matéria
LION, Ricardo. As Maquetes Físicas como Ferramenta de Concepção e Entendimento do Projeto Arquitetônico. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 29 de dezembro de 2017. Educação. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/maquete-fisica-como-ferramenta-de-concepcao-e-entendimento-do-projeto-arquitetonico>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
Parabéns pela matéria. Realmente, as maquetes físicas são primordiais para a concepção e análise de um projeto arquitetônico (e não somente arquitetônico).
é de extrema importância a pratica de exercícios arquitetônicos com maquete física, pois como diz o artigo, melhora o entendimento do aluno/arquiteto quanto ao projeto. e ajuda a manter uma tradição que nos dias de hoje foi um pouco esquecida.
Na busca sobre o assunto , achei muito interessante esta página está me ajudando bastante no meu TCC com o tema maquete física, parabéns pelo conteúdo!