Arquitetura e música A relação de arquitetos com a música
“A música é a arquitetura do tempo, e a arquitetura é a música do espaço”
Mário Quintana
“Quem canta seus males espanta”. O que muita gente ainda desconhece é que ouvir música pode ser um excelente aliado para a saúde. Depois de um dia difícil no trabalho ou de passar horas no trânsito, colocar para tocar a sua música preferida vai provavelmente ajudar na melhora do seu humor. Portanto, ao menor sinal de mau humor, ligue o som! Por ser motivadora, relaxante e atuar diretamente na atividade cerebral, a música pode ser um rico instrumento terapêutico para auxiliar no tratamento clínico de problemas psicológicos — como a depressão, ansiedade e estresse —, de modo a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além disso, assim como ter relações sexuais ou comer chocolate, a música ativa o centro do cérebro, liberando dopamina, a molécula da motivação, e trazendo bem-estar e a sensação de prazer. Outro benefício da música para o psicológico é a contribuição para o melhor desempenho das capacidades cognitivas, como raciocínio, memória e pensamento lógico. Em alguns casos, ela aumenta a concentração, o que melhora a produtividade em atividades acadêmicas e laborativas.
A Música é a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores diversos estabelecidos no domínio de cada cultura. A música facilita a expressão e comunicação de emoções, sensações, percepções e pensamentos que refletem o modo de sentir, perceber e pensar de cada um.
Para nível de curiosidade, não é de nenhuma surpresa que muitos músicos famosos já estudaram ou se formaram em arquitetura, por exemplo: Falcão, Chico Buarque, Tom Jobim, Arrigo Barnabé, Hebert Viana, Humberto Gessinger, Guilherme Arantes, Rogers Waters, Nick Mason, Richard Wright, Seal e etc. Mais próximo de nós temos um arquiteto que possui uma carreira musical e se destaca nacionalmente como um grande compositor. Fausto Nilo possui composições gravados por grandes ídolos da música popular brasileira como, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Pepeu Gomes, Morais Moreira, Dominguinhos e etc.
Temos, também, a música sendo utilizada como conceitos arquitetônicos e vice-versa. Alguns discutem sobre como a arquitetura influência a música: como a evolução da música clássica ocidental é baseada na acústica de acordo com seu espaço de atuação. Outros discutem sobre como a música influencia a arquitetura: como o uso da música, ou dos princípios da teoria musical tem a capacidade de expandir a criatividade do designer no processo de criação. Pitágoras foi o primeiro a estabelecer uma noção relativa de proporção musical, ele acreditava que a música poderia ser representada atraves das relações matemáticas, que também são as relações do Cosmos. Arquitetos renascentistas usaram estas proporções musicais em sua arquitetura pois acreditavam que “O homem era a imagem de Deus e que as proporções do seu corpo eram produzidas por vontade divina, de modo que as proporções na arquitetura deveriam abraçar e expressar essa mesma ordem cósmica. Elizabeth Martin, editora de “Architecture as a Translation of Music” (A arquitetura como uma tradução da música) observa que; embora “a arquitetura represente a arte do desenho no espaço, a música representa a arte do design no tempo (Martin, 1994)”, o compositor francês, Claude Debussey (1862 – 1918) se refere à música como o “espaço entre as notas”. O movimento espaço-temporal através da arquitetura é o que conecta as unidades de tempo e espaço, permitindo a manipulação da experiência do tempo ao colocar elementos arquitetonicos estratégicos no espaço a fim de influenciar os padrões do movimento humano.
Porém, apesar de já ter utilizado a música como fundamentação teórica em alguns projetos desenvolvidos no escritório, a música para mim é algo quase divino, é momentaneamente uma fuga, um acalanto para minhas agonias e dores diárias. Sempre que possível estou escutando música, principalmente durante o processo criativo arquitetônico. Acredito, fortemente, que “ela” melhora o desenvolvimento do projeto. E acho que todos deveriam trazer mais música para suas vidas. Então eu te pergunto: O que você gosta de escutar?
Como Citar essa Matéria
MATOS, Alesson. Arquitetura e música. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 22 de abril de 2020. Resenha. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/arquitetura-e-musica>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]