Participação e reconstrução: o sonho da cidade pós-pandemia A educação libertadora de Paulo Freire e a dinâmica do planejamento urbano.
Enquanto no Brasil o atual governo e seus aliados exprimem insensatas críticas sistemáticas a grandes personalidades nacionais do campo das artes, da educação e principalmente do campo político, alguns países contrapõem reconhecendo os seus legados, como é o caso do educador Paulo Freire, que já foi reverenciado em inúmeros eventos em cidades como Nova York e Gênova, na Itália. Esse legado o eleva como o único brasileiro na lista dos cem mais referenciados por universidades de língua inglesa.
O pensamento de Paulo Freire também assume grande importância no campo do planejamento urbano, pois de acordo com seus princípios, educar para a participação nas políticas públicas é educar a prática do diálogo, fundamental para a valorização da liberdade, da ética e da igualdade dos cidadãos.
Em meio a pandemia do coronavírus e demasiados contrassonhos políticos, os sonhos podem ser caracterizados como luta, pois, afinal, quem os alcança sem obstáculos? Sonhar implica progressos, regressos e, às vezes, demoradas marchas. Se estamos vivos, lutamos. Contudo, a transformação do mundo, almejada pelo sonho, é um ato político, é despertar para o papel individual no coletivo.
Os sonhos também podem ser associados a educação libertadora enquanto prática utópica. Mas não utópica no sentido de inexecutável, não utópica no sentido do impossível, mas no sentido de quem vive uma unidade dialética, dinâmica e plural, onde todos podem ter a capacidade crítica de interpretar os acontecimentos com verdade e desenvolver, por meio da reflexão e da ação a construção de saberes e experiências para o bem da sociedade e da cidade.
Dentro desse panorama freiriano, a educação libertadora se relaciona perfeitamente à dinâmica de planejamento urbano quando as políticas públicas valorizam os processos de participação democráticos que tratam da construção do futuro da comunidade, contando com o maior número de membros das categorias que a constituem.
Na dificuldade de se isolar socialmente e testemunhar o desmonte político que ficará marcado na história, os sonhos, ou luta, tornam-se necessários. Utopia na distopia. No processo dessa narrativa, o protagonista é o povo que escuta, pensa e age, não o que manda.
Como Citar essa Matéria
DIEGO, Francisco. Participação e reconstrução: o sonho da cidade pós-pandemia. Projeto Batente, Fortaleza - CE, 5 de junho de 2020. Resenha. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/participacao-e-reconstrucao-o-sonho-da-cidade-pos-pandemia>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]