Projeto de revitalização portuária – Puerto Madero
O projeto de revitalização portuária Puerto Madero em Buenos Aires teve como objetivo a transformação de uma grande área ferroportuária subutilizada através de uma iniciativa do Estado para promover um novo modelo de políticas ativas e estratégias acordadas entre o setor público e privado.
Com a redescoberta dos recursos de “water front” as barreiras entre o porto e a cidade são rompidas, formando novas paisagens na borda aquática. O urbanismo atual, dentro das políticas mais avançadas de cidades portuárias, tem, como um dos seus principais objetos, a reciclagem de antigos espaços portuários deteriorados, como era o caso dessa área.
Antes e depois das obras de revitalização.
Nesse tipo de projeto é fundamental que exista a preocupação com a preservação da personalidade do lugar e de se inserir no caráter do local, onde, na maior parte das vezes, tem uma relação histórica com a cidade. Dessa forma, a renovação das antigas estruturas arquitetônicas se torna o marco da argumentação a favor da identidade das cidades.
A primeira proposta de remodelação da área central da cidade surgiu em 1923, a abertura da Praça de Maio até o rio, a construção de altos arranha-céus em ambos os lados como se fosse um portal e a expansão de um grande parque na área do porto. Outra proposta surgiria em 1927. Em 1929 Le Corbusier, desenhou sua proposta, essa contava com os arranha-céus sobre o rio passando por cima do porto, interpretando a seu modo um conjunto de ideias que estavam sendo consideradas anteriormente.
Por volta dos anos de 1980 a área de Puerto Madero tomou interesse pela revalorização, recuperação e reciclagem do patrimônio histórico urbano e a da ecologia. Esses interesses foram responsáveis pela recuperação desta zona e sua a visibilidade pública que por conta de sua degradação havia perdido. Foram promovidos debates e um concurso “20 ideias para Buenos Aires”, neste momento o país havia recuperado a democracia. Mas a situação econômica desse período não possibilitava a previsão de nenhuma transformação efetiva. A iniciativa do “modelo Barcelona” serviu como modelo para proposta semelhante em Buenos Aires, no caso essa revitalização com parceria do setor público e privado.
O projeto tinha como proposta a recomposição do setor através da preservação da relação cidade-porto. Os principais objetivos para a área era o assentamento de atividades terciárias e a valorização da costa portenha, como forma de se reaproximar da borda do rio. A concepção geral do projeto era a de centralizar novamente a cidade, dotando o empreendimento de alta conotação simbólica.
A preservação e a recuperação dos antigos depósitos portuários foram de suma importância no contexto do projeto, pelo seu valor histórico e arquitetônico, que simboliza a identidade portuária por excelência. A revitalização dos antigos edifícios, somada das novas intervenções, permitiu a efetivação de um novo polo gastronômico, comercial e empresarial, contribuindo, inclusive, para a valorização e reconversão das velhas e degradadas áreas do entorno.
Interessada pelo urbanismo, fascinada pelo designer de móveis, meio controladora e adora fazer listas. Apreciadora da arte urbana, não consegue projetar sem música, dá risada do nada sem ninguém saber o motivo e acha o carnaval a melhor época do ano.
