Viva a diversidade!

A cidade, uma das maiores invenções humanas, sempre foi um retrato fiel das características culturais de uma civilização e de uma época. Podendo nos dizer bastante a respeito das pessoas que ali habitavam e como se organizavam! 

O artigo 5 da Constituição do Brasil nos garante que todos são iguais perante a lei e a inviolabilidade à liberdade e à propriedade. Isso mostra que você pode viver da forma que quiser, por tanto que não viole a lei. Porém, por que viver igual a outras pessoas? Ou você pensa igual ao seu próximo? De forma literal, isto é impossível! A diversidade é algo a ser festejada e enaltecida. Quão chato seria todos pensarem da mesma forma e agirem da mesma maneira. 

Claudio Bernardes, engenheiro civil e professor da Fundação Getúlio Vargas, da ESPM e presidente do Secovi-SP, informa que a importância da diversidade nas cidades vai desde a mistura de usos e atividades até a existência de uma grande variedade de estruturas urbanas e a garantia do direito à cidade pelos mais diversos grupos sociais. No qual esse conceito contraria o modelo de planejamento voltado à segregação de áreas homogêneas no tecido urbano. O encorajamento do pluralismo, em busca da diversidade, pode, de fato, ser mais um ativo importante do que uma ameaça. E estabelecer mecanismos que permitam às pessoas dos mais variados grupos étnicos e sociais terem direitos iguais aos espaços da cidade vai além da eficiência urbana e equidade. Conduz à urbanidade. 

A diversidade tem sido apontada como fator essencial para o funcionamento, o crescimento econômico e a atratividade das cidades. As metrópoles de hoje estão se desenvolvendo rapidamente em cidades criativas, principalmente no que diz respeito às suas funções e ao capital humano. Elas são socialmente diversificadas como resultado da intensificação da migração e das diferenças socioeconômicas, revelando, ainda, múltiplas dimensões da identidade individual. A convivência com a diversidade, que toca em várias áreas da vida urbana, embora se constitua em um enorme desafio, ao mesmo tempo pode ser um recurso significativo das cidades contemporâneas, complementa Cláudio Bernardes. 

Hoje, uma das principais moedas de troca na civilização é o conhecimento! A troca ou a complementação de informações pode ser tão valioso quanto milhares ou milhões de reais. Logo, nações, estados, cidades e organizações buscam, quando possível, reter todo tipo de possíveis talentos e valorizam a diversidade dentro de seus “muros”. A propagação de informações sobre o que funciona, e o que não funciona, permite que sistemas complexos aprendam mais rápido do que apenas por meio de experimentações. 

Então, por que queremos ser iguais a outros? Aos poucos, sem sentirmos, o nosso modo de viver, de morar, trabalhar e se relacionar, estão se acabando. As tradições e costumes estão sendo importados de São Paulo, Rio de Janeiro e até de fora do país. A perda de nossa identidade afeta diretamente na qualidade e originalidade da produção local, cada vez mais parecida com uma que não nos pertence. 

Cuidado! Até nossa forma de falar está se perdendo, se até o português vem sendo esquecido e trocado por palavras em inglês. Imagine o nosso cearensês. Vixe Maria! Há até quem tenha vergonha. O mundo dos negócios, por exemplo, é completamente dominado por essa “norte-americanização”, e se você não estiver nessa “onda” pode passar até por desqualificado. Esquecendo que a riqueza está nas diferenças, no agregar e compartilhar. 

É necessário uma curadoria do que é interessante ser absorvido de fora e o que temos que enaltecer de dentro. Para que não fiquemos isolados do mundo, porém sem perder o que há de mais interessante na gente. E o mais incrível é que isso varie de pessoa para pessoa. 

Pode-se até pensar que é exagero, mas o diabo está nos detalhes. Aos poucos, é feito uma nova colonização da forma de falar, agir e até de pensar. Acredito, fortemente, que esta falta de afinidade com nossa própria cultura é provocada pela a falta de conhecimento sobre nossa história e nosso povo. Precisamos ler a nossa história, precisamos conhecer nosso estado e precisamos vivenciar nossa cultura. Porque, tenho certeza, que tem muito a se ter orgulho do Ceará.

 

 

Arquiteto Alesson Matos
Arquiteto e Engenheiro
Arquiteto especialista em gereciamento de projetos e sócio-diretor da Alesson Matos Arquitetos. Professor da Unichristus nos cursos de arquitetura e urbanismo, engenharia civil e engenharia de produção. Apaixonado por sua profissão, soma uma experiência de mais de 10 anos em desenvolvimento de projetos de edifícios residenciais, comerciais, industriais, condomínios residenciais, hotéis, loteamentos e praças.
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Arquiteto especialista em gereciamento de projetos e sócio-diretor da Alesson Matos Arquitetos. Professor da Unichristus nos cursos de arquitetura e urbanismo, engenharia civil e engenharia de produção. Apaixonado por sua profissão, soma uma experiência de mais de 10 anos em desenvolvimento de projetos de edifícios residenciais, comerciais, industriais, condomínios residenciais, hotéis, loteamentos e praças.

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