Desenvolvimento espacial da cidade de Fortaleza

*Parte da introdução do artigo produzido por Aryane Lima.

Devido a uma serie de demandas sociais, as cidades contemporâneas desenvolvem atividades e formas espaciais conforme suas conexões entre ação humana, espaço e tempo. Desta forma, é possível categorizar estes processos de acordo seus conceitos e utilidades. Dentre essas concepções podem-se perceber processos espaciais de centralização das atividades humanas em um núcleo central e a descentralização urbana com núcleos secundários, podendo ocorrer simultaneamente na cidade ou, até mesmo, em bairros. (Corrêa, 1989).

É com esses dois tipos de desenvolvimentos espaciais que pode ser feita a caracterização do crescimento urbano da cidade de Fortaleza, onde até meados do século XX o processo de concentração das atividades urbanas ainda era o principal método de evolução espacial.

Porém, com o esgotamento do uso do solo que elevou o preço da terra, suas limitações de crescimento espacial, como a restrita expansão horizontal, e o excessivo fluxo de transporte, prejudicando a mobilidade urbana, a centralização das atividades deixa de ser a principal medida de desenvolvimento urbano, passando a coexistir com núcleos secundários no município, principalmente para atividades terciárias e habitações humanas.

Não se manifestando mais de forma homogênea, o crescimento urbano da metrópole de Fortaleza vem aparecendo de forma rápida, devido aos investimentos do setor turístico. (Cavalcante, Paula, & França, 2007). Sendo um dos motivos da leva serviços de drenagem, rede de esgotos e pavimentação para os novos centros urbanos, o que aumenta a demanda de viagens e a infraestrutura viária local, como, por exemplo, o alargamento da Avenida Washington Soares e o projeto da linha Leste do metrô, obras motivadas pela recente expansão do eixo Sudeste da cidade. (Lima, 2017).

Essa descentralização urbana pode acontecer de duas formas: pela autossegregação urbana, onde há a escolha de se distanciar do centro urbano afim de uma melhor qualidade de vida  (Lima, 2017); e pela segregação involuntária, que atinge, principalmente, a população que não possui condições de pagar pelo alto valor do terreno após a valorização da terra, causando o fenômeno de periferização na cidade. (Andrade, 2016).

Referências

Corrêa, R. L. (1989). O espaço urbano. São Paulo: Editora Ática S.A.

Cavalcante, A. P., Paula, F. S., & França, D. B. (Outubro de 2007). XVI Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito. Análise do Uso do Solo Utilizando Sintaxe Espacial para a Determinação de Locais Críticos para a Implantação de Pólos Geradores de Viagens. Maceió, Alagoas, Brasil.

Lima, L. S. (2017). Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transporte – UFC. Espraiamento urbano por autossegregação e seus impactos na acessibilidade urbana de Fortaleza. Fortaleza, Ceará, Brasil.

Andrade, B. R. (2016). Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Transporte – UFC. Compreensão da problemática da periferização por segregação involuntária no planejamento da acessibilidade e mobilidade em Fortaleza. Fortaleza, Ceará, Brasil.

Aryane Lima
Arquiteta e Urbanista
Arquiteta e Urbanista recém-formada. Formal no que exige formalidade, mas adora um happy hour. Ama mapas, até o mapa astral, apresenta músicas novas, revisa os textos e acha os furos que ninguém mais viu.
Interessada pelo urbanismo, fascinada pelo designer de móveis, meio controladora e adora fazer listas. Apreciadora da arte urbana, não consegue projetar sem música, dá risada do nada sem ninguém saber o motivo e acha o carnaval a melhor época do ano.
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