O mundo parou, mas os meus sonhos não.
Fortaleza, 03 de Maio de 2020, em isolamento.

Sigo aqui no meu caderninho, recheado de ideias, desenhos e afetos…como pode o mundo lá fora parar e aqui dentro tudo girar com tanta intensidade? Acolho a preciosidade desse momento e me proponho a sentir, pensar e repensar qual parte de mim pode contribuir para essa mudança coletiva tão necessária. Quando eu sou melhor, o mundo é melhor.

Nesse prisma de sensações me conduzo em busca de propósitos legítimos, coerentes, essenciais à toda diversidade de possibilidades que me cerca. Me percebo então em uma espiral, a mesma que conduziu a nossa metodologia de trabalho aplicada aos projetos do Ateliê Estar Urbano: SENTIR, PROJETAR, REALIZAR E CONECTAR.

Através dela tenho feito um longo exercício de olhar para dentro e para fora, para minha casa interior, como ela se reflete no meu lar, na minha cidade, no meu país, no meu planeta. Como dedicar nossa melhor parte à totalidade se a perdemos de vista? Esse reencontro é necessário, poder cuidar desse ninho tão íntimo nesse momento nos permitirá expandir o sentimento de cuidado com o coletivo. Temos a chance de parar, sentir, refletir e melhorar para então retornar.

Mas retornar para onde? Qual cidade iremos encontrar? As pessoas serão as mesmas? As relações serão as mesmas? Iremos sustentar o que já não nos reflete mais? Seremos dignos de coragem diante do novo? Seremos criativos para co-criarmos uma economia mais justa e colaborativa? Não precisaremos TER as respostas, precisaremos SER as respostas.

SINTO que meu propósito profissional é ainda mais pessoal, me guia e me PROJETA nesse novo mundo, me presenteia a REALIZAR com afeto ideias que CONECTEM as pessoas à sua essência e às suas reais necessidades, despertando um consumo mais consciente diante do que de fato importa.

Seguirei acreditando na arquitetura e no urbanismo como ferramentas potentes de transformação social e me coloco à serviço de colegas de profissão, clientes, amigos, alunos e parceiros para cuidarmos desse novo mundo através de uma arquitetura rica em propósitos. Como podemos ofertar nossos talentos de maneira mais democrática e acessível a todos? Como podemos nos comprometer com uma cadeia de produção sustentável ao especificarmos materiais e sistemas construtivos? Como podemos reaproveitar o que já existe de matéria nesse mundo? Como nossa diversidade ao projetar pode estar aliada à um bem comum? Como podemos conduzir nossos clientes a consumirem de forma mais consciente?

Não me pergunto mais onde nos perdemos nisso tudo, hoje me interessa saber como repensar isso tudo.  Um feliz novo mundo para todos nós.

Com afeto,

Liana Feingold

Arquiteta e urbanista, Co criadora do Estar Urbano, mãe do Davi e do Gabriel.

Por uma arquitetura com propósito pós covid.

Liana Feingold
Arquiteta e Urbanista do Estar Urbano
Co-realizadora do Estar Urbano, com 15 anos de mercado e formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Com a risada mais entusiasmante que alguém pode ter, ela é firme, criativa, inventiva e muito criteriosa em tudo que faz. Mãe do Davi e do Gabriel, o mar e o pôr do sol são uma grande inspiração. Gosta de gente, planta e bicho. E pra celebrar se rende a uma boa taça de vinho.

Liana Feingold

Co-realizadora do Estar Urbano, com 15 anos de mercado e formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Com a risada mais entusiasmante que alguém pode ter, ela é firme, criativa, inventiva e muito criteriosa em tudo que faz. Mãe do Davi e do Gabriel, o mar e o pôr do sol são uma grande inspiração. Gosta de gente, planta e bicho. E pra celebrar se rende a uma boa taça de vinho.

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