Preciso Saber Desenhar para Cursar Arquitetura?

Quem dos estudantes ou postulantes a cursar Arquitetura e Urbanismo nunca se fez ou se deparou com esta pergunta; “É preciso saber desenhar para cursar Arquitetura?”

Ainda não sou profissional da área, mas se hoje me fizerem esta pergunta eu diria que não. Mas que ajuda, ajuda. E muito!

A intenção não é estabelecer comparativos, quedas de braço acaloradas ou contar as vantagens de desenhar a mão livre em detrimento do uso de softwares ou da capacidade e rapidez que algumas pessoas têm de expor suas ideias iniciais, seus projetos. Seja por meio de desenho a mão livre, seja por meio de programas de computador.

Para exteriorizar suas ideias no papel, não necessariamente você precisa ter o traço afiado, com aquela riqueza de detalhes. Mas um croqui, um esboço básico e bem feito, com boa noção de escalas e volumetrias, facilitará bastante o processo inicial de criação.

Desenho do Arquiteto Paulo Mendes da Rocha para o projeto do Clube Atlético Paulistano

A utilização de softwares é cíclica. Hoje programas como o Sketchup, Autocad e Revit tornaram-se obrigatórios para a função do arquiteto. Normal. O advento voraz e desenfreado da tecnologia atropela muitas vezes o tempo que os estudantes e profissionais tem de se adaptar aquele determinado software. Amanhã, inúmeros outros entrarão no mercado com mais soluções, facilidades e formas de representação e modelagem de seus projetos. Isto é ruim? Não acho. Mas acredito que em um primeiro momento, sozinho ou reunido com demais profissionais para se chegar a uma concepção inicial de determinado projeto, é muito mais fácil e rápido se fazer entender por meio de um desenho ou de um croqui despretensioso. Arrisco-me a dizer que toda concepção de projeto nasce de um croqui, de um rabisco, por mais básico que o mesmo seja.

O desenho a mão livre sempre fará parte do dia a dia do Arquiteto. Considero como uma ferramenta, um diferencial a mais na concepção das ideias, dos projetos. Se imagine em uma conversa informal ou em uma reunião com um possível cliente, ou até mesmo em um canteiro de obras, é muito mais ágil e produtivo rabiscar um croqui naquele exato momento e agilizar o processo, seja de um fechamento de negócio, alterar algum detalhe do projeto solicitado pelo cliente, ou dar continuidade a uma determinada etapa de uma obra que por ventura tenha gerado dúvidas junto ao empreiteiro.

Softwares como Autocad e Skechup (para citar os mais utilizados) são importantíssimos e facilitam demais o entendimento do projeto junto ao cliente, mas você não vai sair da reunião dizendo ao cliente que “vai modelar as alterações que ele pediu e voltará amanhã”.

No que se refere ao desenho a mão livre, percebi junto aos colegas é que a paciência é curta. Mesmo o professor provando a evolução que o mesmo obteve ao longo do semestre em disciplinas como Desenho de Observação, não é o suficiente para convencê-lo. Desenhar não é um dom, ninguém foi tocado por uma força superior e escolhido no universo para manifestar esta dádiva. Desenhar se aprende desenhando, exercitando o traço, observando os detalhes, os cenários, o meio que o cerca. Um bom observador é tão importante quando uma mão bem treinada.

Usando uma analogia rasa, não vou deixar de jogar futebol com meus amigos (mesmo com minha habilidade duvidosa) porque o Messi é o melhor do mundo. Ninguém deixa de cantarolar uma música no chuveiro porque existem os cantores de ópera que atingem os mais altos tons. No desenho não se compare ao “vizinho”, cada um tem seu traço, cada um expõe suas ideias da melhor maneira. Basta se fazer entender. Basta que seu esboço se torne compreensível e o mais próximo possível da escala real que você deseja.

A ausência desta competência não fará de você um mau profissional, mas vai te limitar em uma das etapas iniciais importantes na composição de suas ideias. O traço no papel.

Se você sente essa necessidade, esta carência no processo de aprendizado da profissão, treine! Ouse desenhar formas, perspectivas básicas ou vegetações soltas na folha. Sem medo de ser feliz!

E como não resisto a um bom clichê e frase feita; ”até para correr uma maratona, se começa dando o primeiro passo”

 

Croquis e desenhos diversos do autor. Uns por hobby, outros de exercícios da faculdade de Arquitetura

 

Croquis e desenhos diversos do autor. Uns por hobby, outros de exercícios da faculdade de Arquitetura

Projeto Batente
Plataforma online que alcança desde o estudante aos grandes arquitetos, promovendo diálogo e debates, servindo de ponte entre eles e futuros projetos agregando informações para a construção de projetos arquitetônicos e urbanísticos além conhecimento sobre os profissionais desse ramo e todos as áreas que trabalham em conjunto.

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