Wabi sabi: a arte do tempo, a arte da imperfeição.

O conceito Wabi Sabi é de origem Japonesa do século XV, durante o período Muromachi, e tem como base os ideais do zen budismo. Na tradução mais livre do termo podemos dizer que “Wabi” é a simplicidade e “Sabi” significa o desgaste ou a beleza da idade.

Eu estou “quebrado”, percebi isso após uma série de frustrações que mudaram minha forma de ver, pensar e me relacionar, e durante esse processo de me redescobrir, estava vagando na internet buscando referências de projetos de interiores e me deparei com algo que pude me identificar, pois dentro de tantas interpretações, o Wabi Sabi é sobre se sentir quebrado e está bem com isso. O conceito segue uma estética simples, em que a transitoriedade das coisas é relevante assim como suas histórias, pois cada marca, arranhão ou sujeira tem seu valor, e na atual sociedade em que o consumo e descarte acontece em uma velocidade nunca antes vista, o apego às coisas, pessoas e relações tem enfraquecido como é dito pelo sociólogo e filosofo polonês Zygmunt Bauman em seu livro Modernidade Líquida.

O Wabi Sabi é, antes de tudo sobre aceitação e na arte se expressa pela assimetria, imperfeição e a modéstia atribuída de beleza. Não somos seres perfeitos, nunca estaremos acabados, então trazer essa reflexão para a arte é um exercício que liberta e mostra a beleza escondida nas coisas que damos pouco valor, revelando como o que nos rodeia tem um pouco de nós, da nossa identidade.

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No Japão há uma disciplina artística que existe há séculos chamada de Kintsugi; isso significa “chapeamento” de ouro no idioma original, que traz ao artista o papel de reconstruir a cerâmica quebrada usando resina e outros materiais, mas sem apagar suas “cicatrizes”, sem maquiar a peça para parecer nova. Hoje o termo Wabi Sabi é muito associado com objetos físicos para denotar características físicas tais como: imperfeição, crueza, desgaste, aparência envelhecida, etc. Embora, possa sim, abranger essas características, a essência do conceito não está ligada ao ambiente físico e sim ao todo, a forma como aprendemos, se relacionamos e nos adaptamos.

É um ideal estético, como também é um estado de espirito sensível para enxergar além da aparência, tornando as relações mais fortes e menos passageiras.

Projeto Batente
Plataforma online que alcança desde o estudante aos grandes arquitetos, promovendo diálogo e debates, servindo de ponte entre eles e futuros projetos agregando informações para a construção de projetos arquitetônicos e urbanísticos além conhecimento sobre os profissionais desse ramo e todos as áreas que trabalham em conjunto.

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