Minha trajetória pessoal por dentro da arquitetura: Uma resposta à Ricardo Muratori
O caminho de um indeciso por dentro do curso mais interdisciplinar do ensino superior

Enquanto estava verificando as postagens do Projeto Batente, vi o artigo do Ricardo Muratori sobre “Arquitetura: será que eu levo jeito pra esse negócio?” e isso me fez pensar da minha grande trajetória de arquitetura. Decidi então deixar de escrever sobre algo que eu já estava pensando a algum tempo sobre a instigação que esse artigo me deu. 

O artigo essencialmente fala do ponto de vista do Muratori sobre a pergunta do que é ser arquiteto e o que é arquitetura. Pergunta essa que nem nós arquitetos temos tanta certeza da resposta. Então ele dá três exemplos: o primeiro é sobre uma pessoa que gosta de tecnologia, é organizado e produtivo; e o segundo é sobre alguém que é da área de humanas e valoriza museus e relações sociais. Nesses dois primeiros exemplos, ele sugere não fazer arquitetura. Porém, quando ele descreve o terceiro exemplo como uma pessoa que gosta de muitas coisas, um grande purê de ecletismo musical e conseguir apreciar diversas artes sem se limitar, então é um forte sinal de que você deveria fazer arquitetura.

Quando eu li essa matéria me senti extremamente identificado, pois era conversar sobre arquitetura de uma forma que não é conversada comumente, extrapolando os seus limites, e pensando na paixão de um projeto palpável, não interessando seu tamanho e vertente. O simples fato dessa grande mescla de ideias fazerem sentido para você é o suficiente para procurar fazer arquitetura.

Lembro quando comecei a cursar arquitetura e estava numa grande vontade de criar um grupo de estudo de jogos, tentando juntar arquitetura, sistemas de informação e design para um projeto de jogo eletrônico. A burocracia foi um tanto difícil e exigiu muito de minha determinação para conseguir tirar o grupo do papel e fazer reuniões. E quando as reuniões chegaram, a falta de um orientador com experiência prévia simplesmente complicou tudo, e em menos de um mês o grupo já tinha se desfeito. E mesmo assim, eu sei que dei um grande passo a minha carreira em ter feito algo que acreditava e ter errado. Tentar e errar é algo não só extremamente comum na vida, mas arrisco a dizer que errar dentro da arquitetura é respirar o que a arquitetura tem de melhor.

Nos semestres seguintes, lembro que tive diversas singularidades por dentro da academia. Algumas eram comuns, como participar do programa de monitoria e participar dentro do escritório modelo da faculdade. Outras vertentes eram mais malucas, como participar de um programa de mentoria para o exterior, ler livros técnicos sobre arte, começar a criticar diversos filmes e, pela primeira vez, implementar referências das minhas paixões de jogos dentro da arquitetura.

Cada projeto foi importante para o meu aprendizado. Cara hora no estágio foi importante para ver o valor do meu trabalho. Cada nova tentativa de fazer algo inovador e falhar miseravelmente era um aprendizado novo, um questionamento se valia a pena persistir e aprender mais ou passar para uma outra maluquice, e com isso consegui seguir até o começo do meu TCC, onde estou estagnado.

Meu TCC começou sendo um desastre. Tive falhas de comunicação com meu orientador em questão, e tive a sorte de ser acolhido de ultima hora por um professor que me ensinou novos olhares dentro da arquitetura. Meu atual orientador passou horas comigo para analisar um bom tema e tentar seguir em frente com ele. Fiquei muito feliz, e o tema (que é um projeto urbanístico para o Assentamento Precário Moura Brasil) foi se desenvolvendo… até que eu vi que não queria escrever sobre aquilo. Eu queria escrever sobre as minhas paixões, os meus planos, os meus estudos para desenvolver uma proposta, e me senti mal em não conseguir desenvolver algo para uma comunidade. Mas aí veio uma frase que aprendi: “No TCC, você deve escrever sobre algo que você acredita, no que você tem fé e o que você quer divulgar” e depois de muito pensar, decidi recomeçar sobre algo que acredito.

E sobre o que eu acredito? Bem eu tive diversos projetos com referências a jogos eletrônicos, e sempre dei muito valor a times interdisciplinares, então verei como fazer algo nos próximos meses em relação a escrita do meu TCC. 

CRUSH, Anderson. Minha trajetória pessoal por dentro da arquitetura: Uma resposta à Ricardo Muratori . Projeto Batente, Fortaleza - CE, 3 de maio de 2021. Educação. Disponível em: <https://projetobatente.com.br/minha-trajetoria-pessoal-por-dentro-da-arquitetura>. Acesso em: [-dia, mês e ano.-]
Anderson Crush
Estudante de Arquitetura
Sou um estudante de arquitetura no meio de um mundo em constante mudança; Acredito que todas as artes estão ligadas de certa forma. Apaixonado por música e jogos desde pequeno, estive sempre ao lado da arte, e quero retribuir o que a arte fez comigo.

Anderson Crush

Sou um estudante de arquitetura no meio de um mundo em constante mudança; Acredito que todas as artes estão ligadas de certa forma. Apaixonado por música e jogos desde pequeno, estive sempre ao lado da arte, e quero retribuir o que a arte fez comigo.

One thought on “Minha trajetória pessoal por dentro da arquitetura: Uma resposta à Ricardo Muratori

  • 03/05/2021 em 1:36 pm
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    Legal ter contribuído de alguma maneira para suas reflexões. Obrigado pela referência que fez ao nosso texto e parabéns pelo seu.

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