De Pirocaia a Montese

Antes de possuir o seu nome atual, o bairro era chamado de Pirocaia, onde, provavelmente, fazia referência a alguma tribo indígena que morava nas terras que hoje se encontram dentro da delimitação do Montese. 

Terras, estas, que, segundo o autor Raimundo Nonato Ximenes em seu livro, encontravam-se fontes de águas cristalinas e potável, vendidas para toda a cidade de Fortaleza. Uma das fontes mais conhecida ficava entre a Avenida João Pessoa e a Rua Desembargador João Firmino. Porém, com o crescimento do bairro e instalações de fossas irregulares todo o lençol freático aparece, nos dias atuais, profundamente poluído. 

Além de toda a fama do Montese por suas águas, o bairro também era conhecido pela a Estrada do Gado, por onde passavam o gado em direção ao Matadouro Modelo, hoje conhecida como Avenida Prof. Gomes de Matos, o principal caminho que ligava a Estação Central à Parangaba e por onde o povoado cresceu ao redor. 

O crescimento do bairro Montese deu-se principalmente pela venda de terrenos com a promessa de enriquecimento fácil na Amazônia, que, como comenta Ximenes (2016, p.31) “[…] era apresentada como verdadeiro paraíso por meio do slogan: “A extração da borrada da vitória”.”. Muitos dos compradores destes lotes eram franceses, o que influenciou a nomeação de muitas ruas do bairro com nomes de personalidades franceses. 

Escritor Raimundo Nonato Ximenes e a capa do seu livro “De Pirocaia a Montese” onde conta a história do bairro Montese

 Após o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos dos donos de terrenos que foram para a Amazônia não conseguiram voltar para suas casas no bairro, deixando, assim, muitos lotes vazios por toda a região, com isso a ocupação irregular aconteceu de forma massiva por invasores, onde muitos ainda estão com a documentação inapropriada de seus imóveis. 

O crescimento do bairro aconteceu de forma lentamente, sendo, muitas vezes, proporcional ao seu crescimento populacional, pois se tratava de uma região de predominância residencial. Com isso, somente perto do fim da década de 1940 que foram feitas ruas e apareceu infraestrutura para o local. Devido o crescimento do Montese as suas fontes e riachos passaram a ser tamponadas e canalizadas, sendo um deles o Canal Jardim América. 

Hoje, o bairro Montese ainda se encontra como uma região residencial, porém com o grande crescimento populacional a instalação de comércios aumentou de forma exorbitante nos últimos anos, transformando a Rua Alberto Magno e a Avenida Prof. Gomes de Matos um extenso pólo comercial e serviço da cidade de Fortaleza, sendo o IMPARH um dos grandes equipamentos do bairro. 

Isso foi só um pouco da história do bairro Montese que está presente no livro “De Pirocaia a Montese” do autor Raimundo Nonato Ximenes. Aqui no Projeto Batente também temos outras matérias falando sobre a história de Fortaleza e outros bairros da cidade, é só clicar aqui e aqui.

Aryane Lima
Arquiteta e Urbanista
Arquiteta e Urbanista recém-formada. Formal no que exige formalidade, mas adora um happy hour. Ama mapas, até o mapa astral, apresenta músicas novas, revisa os textos e acha os furos que ninguém mais viu.
Interessada pelo urbanismo, fascinada pelo designer de móveis, meio controladora e adora fazer listas. Apreciadora da arte urbana, não consegue projetar sem música, dá risada do nada sem ninguém saber o motivo e acha o carnaval a melhor época do ano.
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Aryane Lima

Arquiteta e Urbanista recém-formada. Formal no que exige formalidade, mas adora um happy hour. Ama mapas, até o mapa astral, apresenta músicas novas, revisa os textos e acha os furos que ninguém mais viu. Interessada pelo urbanismo, fascinada pelo designer de móveis, meio controladora e adora fazer listas. Apreciadora da arte urbana, não consegue projetar sem música, dá risada do nada sem ninguém saber o motivo e acha o carnaval a melhor época do ano.

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